Ideias

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sábado, 27 de setembro de 2014

Vamos saudar o Outono



VAMOS SAUDAR O OUTONO

Olá Outono!
O Verão este ano passou a VOARRRR! Novo ano letivo e tudo a entrar em clima de Outono.
Eu já vi alguns sinais de folhinhas amarelas aqui e ali…
Talvez tenha acabado o Verão... pois... e despediu-se com má disposição, trovejou, relampejou, choveu e inundou. Parece impossível mas é verdade, os dias de 20 e poucos graus estão contados.
O sol diz que a hora do adeus está a chegar, vai-se inclinando no céu, as suas viagens cada vez mais curtas, as noites mais longas, o crepúsculo a chegar mais cedo e as manhãs molhadas com o orvalho.
O vento antes refrescava, agora causa arrepios e chama os agasalhos das gavetas onde dormiam.
 O céu está limpo de vez em quando e o sol é muito claro e suave. Há um vento frio cavalgando as ondas.
 O Verão convida-nos para a praia e para as cidades, onde nos sentimos em férias, o Outono é tranquilo, convida ao recolhimento.
















quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Poemas de Outono

POEMAS DE OUTONO

Ruínas






Se é sempre Outono o rir das primaveras,
Castelos, um a um, deixa-os cair…
Que a vida é um constante derruir
De palácios do Reino das Quimeras!
E deixa sobre as ruínas crescer heras.
Deixa-as beijar as pedras e florir!
Que a vida é um contínuo destruir
De palácios do Reino de Quimeras!
Deixa tombar meus rútilos castelos!
Tenho ainda mais sonhos para erguê-los
Mais altos do que as águias pelo ar!
Sonhos que tombam! Derrocada louca!
São como os beijos duma linda boca!
Sonhos!… Deixa-os tombar… deixa-os tombar…
Florbela Espanca

 

Crepúsculo de Outono






O crepúsculo cai, manso como uma benção.
Dir-se-á que o rio chora a prisão de seu leito…
As grandes mãos da sombra evangélicas pensam
As feridas que a vida abriu em cada peito.
O outono amarelece e despoja os lariços.
Um corvo passa e grasna, e deixa esparso no ar
O terror augural de encantos e feitiços.
As flores morrem. Toda a relva entra a murchar.
Os pinheiros porém viçam, e serão breve
Todo o verde que a vista espairecendo vejas,
Mais negros sobre a alvura unânime da neve,
Altos e espirituais como flechas de igrejas.
Um sino plange. A sua voz ritma o murmúrio
Do rio, e isso parece a voz da solidão.
E essa voz enche o vale…o horizonte purpúreo…
Consoladora como um divino perdão.
O sol fundiu a neve. A folhagem vermelha
Reponta. Apenas há, nos barrancos retortos,
Flocos, que a luz do poente extática semelha
A um rebanho infeliz de cordeirinhos mortos.
A sombra casa os sons numa grave harmonia.
E tamanha esperança e uma tão grande paz
Avultam do clarão que cinge a serrania,
Como se houvesse aurora e o mar cantando atrás.
Manoel Bandeira

 

Canção de Outono






Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.
De que serviu tecer flores
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o próprio coração?
E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando àqueles
que não se levantarão…
Tu és a folha de Outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
– a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão…
Cecília Meireles

 

No Ciclo Eterno






No ciclo eterno das mudáveis coisas
Novo Inverno após novo Outono volve
À diferente terra
Com a mesma maneira.
Porém a mim nem me acha diferente
Nem diferente deixa-me, fechado
Na clausura maligna
Da índole indecisa.
Presa da pálida fatalidade
De não mudar-me, me infiel renovo
Aos propósitos mudos
Morituros e infindos.
Fernando Pessoa / Ricardo Reis

 

Poema de Outono





Quero apenas cinco coisas..
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o Outono
A terceira é o grave Inverno
Em quarto lugar o Verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser… sem que me olhes.
Abro mão da Primavera para que continues me olhando.
Pablo Neruda